quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Igreja Primitiva: sobrevivendo aos ataques

“De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais” 2 Tessalonicenses 1:4

No Dia de Pentecostes, dez dias após a assunção do nosso Senhor aos céus, a igreja de Jesus era composta por cento e vinte pessoas que tinham convivido com o Senhor e recebido dele os ensinamentos e as promessas necessárias para o início de sua jornada. Enormes eram os desafios. Havia medo das autoridades romanas e dos líderes religiosos judeus que haviam crucificado a Cristo poucos dias antes. Mas a promessa de Jesus era de que não deixaria os seus numa condição de orfandade, de desamparo, ao contrário, enviaria um outro Consolador – o Espírito Santo. E com o auxílio do Espírito Santo, derramado no Dia de Pentecostes, a igreja pôde começar a testemunhar em Jerusalém, em Samaria e até os confins da terra.

Os ataques, porém, não tardariam. E a igreja, logo em seu nascimento, teve de lutar em duas frentes: externa e interna.

Externamente, os primeiros ataques vieram dos religiosos judeus, mais especificamente por parte das seitas dos fariseus e dos saduceus que, não satisfeitos com a crucificação de Jesus (a quem não reconheceram como o Messias), queriam agora destruir aqueles que julgavam ser uma nova “seita” que nomearam como “a seita dos nazarenos” . Esses religiosos acusavam os cristãos de profanação do templo e de subversão da lei de Moisés. Não demorou para que os primeiros mártires fossem vítimas da fúria religiosa:
"Depois da ascensão de nosso Salvador, os judeus acrescentaram ao crime cometido contra ele a invenção de inúmeras ameaças contra seus apóstolos: Estevão foi o primeiro que eliminaram, apedrejando-o; depois dele, Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, a quem decapitaram" (História Eclesiástica, Eusébio de Cesaréia)

Ainda no campo externo, a Igreja teria de enfrentar os duros ataques do Império Romano que via no crescimento do Cristianismo uma ameaça ao Império, pois os cristãos não reconheciam a César como uma divindade, bem como não adoravam as divindades pagãs. A igreja adorava somente a Deus. Os costumes dos cristãos, bem diferentes dos pagãos romanos, entregues a todo tipo de dissolução, também incomodavam bastante aos romanos. Nero, Diocleciano e outros imperadores foram responsáveis por inúmeros martírios de cristãos. Nada, porém, pôde deter o avanço da igreja. Tertuliano  afirmou que “o sangue dos mártires é a semente dos cristãos”. Essa perseguição só chegaria ao seu fim em 313 AD com o Édito de Milão.

Porém não era só externamente que a Igreja enfrentava lutas. Internamente, teve de lutar, incessantemente, contra heresias que falsos mestres tentavam introduzir nas igrejas. Entre as principais heresias podemos destacar a heresia judaizante e o gnosticismo. Os judaizantes foram duramente combatidos, principalmente pelo apóstolo Paulo, pois os mesmos ensinavam que os gentios deveriam guardar a lei de Moisés, rejeitando, portanto, a superioridade da graça sobre as obras da Lei e a salvação pela fé somente.

O gnosticismo – doutrina que ensina que a salvação se dá através de um conhecimento revelado a alguns poucos eleitos - foi uma das piores heresias que a igreja teve de enfrentar desde os tempos apostólicos, onde já se via uma forma incipiente de gnosticismo. Paulo, em sua carta à igreja de Colossos, combate, de forma brilhante, as ideias gnósticas que “infestavam” a Ásia Menor. Mais tarde, Irineu , “em sua obra Contra Heresias, fez uma tentativa de refutar as doutrinas gnósticas pelo uso das Escrituras e pelo desenvolvimento de um corpo de tradição afim”. (O Cristianismo através dos séculos, Earle Cairns, Ed. Vida Nova)

Apesar de tantas adversidades – internas e externas – a Igreja conseguiu superá-las, vivendo a doutrina dos apóstolos e pregando o Evangelho que é salvação de todo aquele que crê.

Um comentário:

  1. Graças a mensagem cristalina do evangelho chegou até nós, mesmo nos nossos derredores vermos algumas seitas pseduocristãs com resquícios desse gnostiscismo. No entanto Deus não falha e sua Palavra cumprirá.

    Paz irmão

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