quinta-feira, 10 de maio de 2018

O menino e o pianista

Ignace Jan Paderewski, famoso compositor e pianista, estava programado para apresentar-se em um grande salão de concertos nos Estados Unidos. Foi uma noite inesquecível – smokings e vestidos longos, uma ostentação da alta sociedade.

Presente na plateia naquela noite estava uma mãe acompanhada de seu inquieto filho de nove anos. Cansado de esperar, o filho se mexia constantemente na poltrona. A mãe tinha esperança de que ele se animasse a estudar piano ao ouvir o imortal Paderewski tocar. Mesmo contra vontade, o menino estava ali.

Enquanto ela virou-se para conversar com alguns amigos, o menino desistiu de ficar sentado. Afastou-se dela estranhamente atraído pelo enorme piano de ébano Steinway e pela macia banqueta de couro instalados no imenso palco, cujas inúmeras lâmpadas acesas chegavam a ofuscar os olhos.
Sem atrair a atenção da requintada plateia, o menino sentou-se na banqueta, com os olhos arregalados diante das teclas brancas e pretas. Em seguida, colocou seus dedos pequenos e trêmulos nas teclas certas e começou a tocar o “Bife”. O vozerio da plateia cessou, e centenas de rostos carrancudos voltaram-se em direção ao garoto. Irritadas, as pessoas começaram a gritar:

“Tirem esse garoto daí!”

“Quem trouxe esse moleque aqui?”

"Onde está mãe dele?”

“Mandem o garoto parar!”

Dos bastidores, o mestre ouviu a gritaria e pôs-se a imaginar o que estaria acontecendo. Apressado, ele pegou sua casaca e correu para o palco. Sem dizer uma só palavra, curvou-se sobre o garoto, passou os braços ao redor dele e começou a improvisar uma música que se harmonizava com o “Bife” para torná-lo mais melodioso.

Enquanto os dois tocavam, Paderewski sussurrava o tempo todo ao ouvido do garoto:
– Continue. Não desista. Continue tocando… não pare… não desista.

O mesmo acontece conosco. Nos esforçamos para levar adiante um projeto, um sonho que parece tão insignificante quanto o “Bife” em um salão de concertos e com uma plateia cheia de críticas e julgamentos.

E, quando estamos prontos para desistir, chega o Mestre, que se curva sobre nós e sussurra:

Continue.. Não desista. Vá em frente… não pare, não desista, enquanto Ele improvisa uma melodia para nos ajudar, proporcionando o toque certo no momento certo.

Autor: Charles Swindoll

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